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Órgãos públicos do interior de Minas desvirtuam Aprendizagem e contratam adolescentes sem garantias da CLT

Sob a justificativa de abrir as portas do mercado de trabalho para adolescentes carentes, órgãos públicos do interior de Minas Gerais têm contratado menores de 18 anos para o primeiro emprego. O problema é que muitos deles desrespeitam a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), deixando de assinar a carteira e, com isso, burlando o pagamento de benefícios básicos, como 13º salário, férias, guia da previdência social, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), além de oferecer salário inferior ao mínimo. Em 2013 e este ano, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) autuou 11 prefeituras mineiras por contratação irregular de adolescentes, tendo afastado quase 800 jovens do trabalho que tinham conquistado. Na visão dos fiscais, trata-se de exploração de menores. Mas representantes dos órgãos se defendem e negam interesse por mão de obra barata, alegando haver inserção social de meninos e meninas no mercado, como forma de livrá-los dos perigos das ruas.
Na investigação do ministério, documentos a que o Estado de Minas teve acesso, esses “patrões” dos jovens são prefeituras, fóruns, câmaras municipais, universidades federais e até mesmo conselhos tutelares, que em muitos casos contratam irregularmente. Segundo a CLT, revisada em 2000 para incluir a Lei do Aprendiz (veja quadro), os menores de 18 anos só podem trabalhar a partir dos 14 anos e ainda assim na condição de aprendiz. Além do mais, é preciso registrá-los como qualquer outro trabalhador. “O que vemos hoje são órgãos públicos que deveriam dar o exemplo, mas sendo adolescentes e pobres, na visão dos órgãos, funciona mais ou menos assim: ‘qualquer coisa que der, é suficiente’”, aponta a auditora fiscal do setor de trabalho infantil da Seção Minas Gerais do MTE, Christiane Azevedo.
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