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GAROTO QUE SOFREU EXPLORAÇÃO DE TRABALHO INFANTIL É RESGATADO E HOJE CURSA ENGENHARIA

O resgate de um garoto, com então 17 anos, de uma fazenda na zona rural de Jauru, em Mato Grosso, há quase oito anos, mudou para sempre a sua história. Rafael Ferreira da Silva começou a trabalhar no lugar aos 12 anos por causa das dificuldades financeiras do pai. Ele era encarregado de levar água aos demais trabalhadores da roça, trabalho que é conhecido como o de “bombeiro”.
Em pouco tempo, o menino foi levado a acreditar que não podia deixar o lugar porque estava endividado. Recebia R$ 5 por dia pela rotina exaustiva de buscar e levar a água para os outros. Não tinha acesso a banheiro, chuveiro ou qualquer abrigo seguro. Dormia em uma barraca no meio do mato e ficava exposto à chuva e ao sol na maior parte do tempo.
Foi só pouco antes de atingir a maioridade que foi resgatado por funcionários do Ministério do Trabalho. Entre 1995 e 2015, a entidade libertou cerca de 50 mil trabalhadores em condições análogas à escravidão. Rafael foi apenas um deles.
A cena dos fiscais chegando à fazenda, segundo o jovem, também parecia a de um filme, e o resgate mudou para sempre o enredo de sua narrativa.
“A gente levava uma vida muito simples. Meu pai separou da mãe e eu fiquei com ele, um homem rígido, que não abraçava e beijava o filho. Ele me mandou ir trabalhar porque era preciso, os escravizados são fracos de situação e, por isso, forçados a trabalhar, trabalhar, trabalhar”, conta Rafael.
Depois do resgate, Rafael passou a receber atendimento psicossocial e passou por cursos de qualificação como de pintor, operador de máquina agrícola e açougueiro, oferecidos pelo projeto Ação Integrada, iniciativa apoiada pela OIT (Organização Internacional do Trabaho).
O Ação Integrada é desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT/MT), a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-MT) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com o apoio técnico e institucional da OIT, desde 2009.
Hoje, aos 24 anos, ele é corretor de imóveis e estudante universitário em Várzea Grande, onde reside. “Faço engenharia civil e pago com meu dinheiro”, orgulha-se.

Com informações da Agência ONU
Via ONDDA

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