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Trabalho infantil piora desempenho na escola, diz estudo da Unesco

Dados mostram fatores que ajudam ou prejudicam a aprendizagem.
Violência nas escolas também afeta negativamente a nota dos alunos.

Crianças brasileiras que fazem o ensino fundamental e trabalham vão pior na escola, segundo um estudo divulgado na manhã desta quinta-feira (30) pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). A segunda parte do Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce), que avaliou o desempenho em matemática, leitura e ciências naturais de 134 mil estudantes da América Latina, mostra que, entre os estudantes do quarto ano do fundamental, os que estão sujeitos a trabalho infantil têm nota mais baixa tanto em leitura quanto em matemática.
A primeira parte do estudo, divulgada em dezembro de 2014, mostrou as notas que os alunos dos 15 países participantes receberam nos testes aplicados pela Unesco. No caso do Brasil, o estudo afirmou que mais de 60% dos alunos do quarto ano do ensino fundamental têm desempenho entre muito ruim e regular em leitura e matemática.
As crianças do quarto ano do fundamental tiveram testes de leitura e de matemática. As do sétimo ano também, além de testes sobre ciências naturais.
Nos dados divulgados nesta quinta, a Unesco aponta fatores que estão associados à aprendizagem dos estudantes, entre eles o nível socioeconômico das famílias, a matrícula em pré-escola e a condição ou não de pertencimento a populações nativas, com informações coletadas por meio de questionários feitos às crianças.
 O PME será executado ao longo de 10 anos, sendo de 2015 a 2024 (Foto: Magda Oliveira/G1)Unesco avaliou fatores que ajudam ou prejudicam
os estudos (Foto: Magda Oliveira/G1)
Prejuízos
Além do trabalho infantil, o estudo da Unesco afirma que também contribuem para a queda no desempenho escolar: a violência no entorno das escolas, por exemplo, é relacionada a notas mais baixas dos estudantes do quarto ano do fundamental tanto em leitura quanto em matemática. Repetir de ano também tem o mesmo efeito tanto em estudantes do quarto quanto do sétimo ano, em todas as matérias testadas pelo Terce.
Já o uso de tecnologia pode ser benéfico ou prejudicial. Segundo o estudo, usar computador na escola ou fora dela até dois dias por semana não tem um efeito direto no desempenho escolar. Porém, os estudantes do sétimo ano do fundamental que usam o equipamento pelo menos três vezes por semana foram melhores no teste de matemática. Por outro lado, os alunos que fazem uso de computador dentro da escola três vezes ou mais por semana acabaram indo pior em leitura, matemática e ciências que os demais alunos.
Benefícios
Entre os fatores que o Terce aponta serem benéficos ao desempenho escolar estão a matrícula dos estudantes em pré-escola, entre os quatro e seis anos, o nível socioeconômico da família, o nível socioeconômico da escola, a assistência e pontualidade dos professores e as expectativas dos pais.
Além do Brasil, participam do Terce são Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e o estado mexicano de Nuevo Leon.

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